THEODORO SAMPAIO

Quem foi Theodoro Sampaio?

Theodoro Sampaio nasceu na capela do engenho Canabrava, município de Santo Amaro, em 7 de janeiro de 1855; sua mãe, Domingas da Paixão, era escrava neste engenho. Aos nove anos, Theodoro foi levado pelo pai – padre Manoel Fernandes Sampaio ¬para o Rio de Janeiro, onde estudou e formou¬se em engenharia pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, em 1877. Theodoro Sampaio faleceu na ilha de Paquetá (Rio de Janeiro) no dia 15 de outubro de 1937, aos 82 anos.

Qual foi a sua contribuição para a Geologia?

Em 1879¬1880, Theodoro Sampaio participou de uma comissão que estudou o rio São Francisco. Nesta comissão, na qualidade de assistente do geólogo americano Orville A . Derby – o “Pai da Geologia do Brasil” – descreveu a geologia do vale do rio São Francisco e, no retorno da viagem atravessou a Chapada Diamantina complementando seus estudos geológicos. O relato desta viagem consta do livro recentemente reeditado, intitulado O Rio São Francisco e a Chapada Diamantina, organizado pelo Prof. Dr. José Carlos Barreto de Santana (UEFS) e editado pela Companhia das Letras. Outras contribuições foram as seguintes:

“A respeito dos caracteres geológicos do território compreendido entre a cidade de Alagoinhas e a do Juazeiro pelo trajeto da linha de ferro em construção”. Revista de Engenharia, 1884. Escrito a pedido de O.A. Derby.

Notas sobre a geologia da região compreendida entre o rio São Francisco e a Serra Geral (do Espinhaço) nas imediações da cidade do Juazeiro, também escrito a pedido de O. A. Derby, em 1884.

Carta do Recôncavo da Bahia, escala 1:250.000, 1899.

As rochas arqueanas na Bahia (notas pedidas por J.C.Branner). Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, 1907.

Movimentos sísmicos na Baía de Todos os Santos e seus Arredores (Memorial), 1916.

Tremores de terra na Bahia em 1919. Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, 1920.

Além disso, na Bibliography of Geology, Mineralogy and Palaeontology of Brazil de J.C. Branner estão citados seis trabalhos de autoria de Theodoro Sampaio. Finalmente, no Mappa Geológico do Brazil, organizado por J.C. Branner em 1919, este autor utilizou para a parte referente à Bahia, os mapas de Theodoro Sampaio e suas notas tomadas durante a viagem ao rio São Francisco e à Chapada Diamantina.

CHARLES FREDERICK HARTT

Quem foi Charles Frederick Hartt?

Geólogo e naturalista canadense, naturalizado americano, foi aluno de Louis Agassiz no “Museum of Comparative Zoology” em Cambridge, Massachusetts. Chegou ao Brasil em 1865, com 25 anos, como integrante da Expedição Thayer, permanecendo por dois anos levantando dados geológicos, biológicos e antropológicos do litoral brasileiro e adjacências entre o Rio de Janeiro e o Nordeste do Brasil. Hartt foi ainda músico, excelente desenhista e hábil no aprendizado de línguas estrangeiras. Falando português fluentemente, dominou ainda vários dialetos da etnia Tupi, compilando uma gramática e dicionário deste idioma.

Sua paixão pelo Brasil e suas inúmeras viagens ao interior do país culminou em sua separação da família, que retornou aos EUA em 1877, cansada pela sua obstinação e viagens pelo Brasil. Morreu de febre amarela, no Rio de Janeiro em 18 Março de 1878, aos 38 anos.

Qual foi a sua contribuição para a Geologia?

Os resultados de suas andanças pelo Brasil estão na magnífica obra “Geology and physical geography of Brazil”. Sua descrição e interpretação da estratigrafia da bacia de Sergipe-Alagoas são, ainda hoje, surpreendentes. Apaixonado pela riqueza da natureza brasileira, Hartt retornou quatro vezes ao Brasil após o término da Expedição Thayer e, mesmo fora do Brasil, dedicava seu tempo ao estudo do nosso país. Em 1867, de férias, estudou a costa brasileira, com principal atenção a Abrolhos. Realizou duas outras expedições independentes entre 1870 e 1871 para a Amazônia; conhecidas como “Expedição Morgan”. Teve ainda o mérito de conseguir implantar a “Comissao geologica do Imperio do Brazil” em 1875 (porém extinta dois anos depois), sob os auspícios do Imperador D. Pedro II. Parte significativa do material coletado nas diversas expedições (estima-se 500 mil exemplares) contribuiu para o enriquecimento científico do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Graças à sua dedicação, deixou vários discípulos que continuaram aplicando seus ensinamentos na formação do conhecimento científico do Brasil, dentre os quais se destacaram Orville Derby (geólogo), Richard Rathbun (biólogo) e J. C. Branner (geólogo). Como escreveu John Casper Branner, um de seus discípulos, em 1890: “It is not difficult to sum up Hartt’s influence upon geological work in Brazil, for with very few exceptions all the work of this character which has been done in that country since 1874 is traceable, either directly or indirectly, to the impetus given it by Hartt . . . as he was not a narrow specialist but a broad-minded naturalist, his students have also done other than purely geological work.”.

Suas contribuições foram as seguintes:

A naturalist in Brazil (1868)

Geology and Physical Geography of Brazil (1870)

On the geology of Brazil (1870)

Devonian Rocks in the Amazonian Valley (1871)

The Ancient Indian Pottery of Marajó (1871)

Contributions to the Geology and Physical Geography of the Lower Amazonas (1874)

Amazonian Tortoise Myths (1875)

Morgan Expeditions, 1870-71: On the Devonian Trilobites and Mollusks of Ereré, Province of Pará, Brazil (1876)

Monte Alegre e Ererê (1888; póstuma)